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Porque o teste ergométrico é o exame mais importante do Check up?

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Um dos objetivos mais importantes do Teste Ergométrico no Check Up é identificar a perigosa “isquemia silenciosa”. 

Aquele mal sorrateiro, que chega sem avisar e abrevia tantas coisas que estavam por serem vividas.

Não à toa ele é o principal exame do que se convencionou chamar popularmente de “check-up”.

Mas… espera, eu nem percebi. Será que você sabe o que é isquemia silenciosa?

Bom, isquemia é quando chega pouco oxigênio pras células do coração. E isso acontece porque tem alguma “barragem” no caminho do sangue até lá. Que geralmente é uma placa de gordura nas coronárias (são as artérias que levam o sangue pra oxigenar o coração).

Agora que você já sabe o que é isquemia, fica mais fácil de entender que quando ela acontece, o coração sofre por pouco oxigênio. E isso causa dor. Que é chamada de Angina de Peito.

Bom, na isquemia silenciosa, a isquemia acontece mas, por motivos não tão bem entendidos, a pessoa não tem dor.

Sem ter qualquer sintoma prévio, pessoas famosas tiveram sua vida interrompida, justamente devido à isquemia silenciosa.

“Ah, então nem vou fazer esse teste ergométrico no check up, vai que eu morro até antes do que já iria morrer!”

Será que isso é mesmo verdade? Que o exame antecipa o acontecimento de um problema grave, como uma morte súbita?

Vamos aos fatos.

O Teste Ergométrico é um exame usado em várias situações, até mesmo no atendimento emergencial de pacientes com dor no peito e possível infarto. E algumas pesquisas, inclusive brasileiras, apontam na certeza de que ele faz isso com total segurança.

Ou seja, mesmo em quem está com dor no peito e com possibilidade de estar infartando, o Teste Ergométrico é SEGURO!

Além da segurança, ele é muito útil em definir quem precisa e quem não precisa fazer um cateterismo, justamente pra evitar o temido infarto, que é a causa da morte súbita cardíaca.

Então, fazer o teste ergométrico no check up é uma forma de saber se existe uma bomba relógio no coração prestes a explodir! 

E mais: caso ela exista, esse exame permite que ela seja “desarmada” antes que seja tarde demais.

Então, se você teve uma recomendação médica de fazer esse exame, entenda que ele pode sim salvar sua vida…

Mas, antes de subir numa esteira, preciso te dizer que existe um risco associado a ele.

O risco dele não concluir nada, não ajudar o médico a entender se você tem ou não isquemia cardíaca.

Bom, isso acontece na maior parte das vezes, por uma baixa qualidade do exame. E como você provavelmente não tem o conhecimento sobre a qualidade do teste ergométrico no check up, eu vou te explicar.

Como saber se o Teste Ergométrico foi feito com qualidade?

Aqui no ICCARDIO, eu e o Dr. Kleiber nos preocupamos bastante com a qualidade do exame, pra que ele seja conclusivo e ajude a definir os tratamentos do paciente.

De tal forma que criamos um índice de qualidade que aplicamos em todo exame que fazemos aqui.

Agora preciso da sua atenção, porque você será o fiscal do seu próprio exame, caso venha fazer aqui com a gente, ok?

O exame é feito com cargas crescentes de esforço, pra gerar o que se chama de exaustão (na prática, eu digo que o exame termina quando literalmente o paciente não aguentar mais!).

O médico que realiza o exame precisa saber algumas características do paciente pra poder definir o tipo de esforço e escolher o protocolo. Cada protocolo tem cargas iniciais de esforço que aumentam conforme o tempo. Logo, a intensidade inicial e o aumento dela vai ser definido de acordo com o perfil de cada pessoa.

Um senhor de 80 anos, sedentário e com sobrepeso, por exemplo, jamais poderá ser submetido a uma carga de esforço de um jovem atleta no auge dos seus 30 anos. Pra isso é importante a experiência e o conhecimento do médico que está ali na execução do exame contigo.

Mas vamos aos parâmetros de qualidade pra que o exame seja considerado bem feito.

O primeiro deles eu citei logo acima: que o exame seja feito até a exaustão do paciente. Assim, é possível analisar o comportamento do sistema cardiovascular em condições de alta exigência dele.

Além disso, pra que o corpo se adapte de forma fisiológica ao esforço, é necessário um tempo mínimo. Quando o protocolo escolhido for muito intenso para uma determinada pessoa, a exaustão vai acontecer sem respeitar essa adaptação e talvez até por incapacidade mecânica de se realizar o esforço.

Enquanto para um atleta de alto desempenho, que vem para avaliar sua capacidade funcional e direcionar melhor seu treino, pode-se escolher um protocolo que se inicia com uma velocidade de cerca de 11 km/h, por exemplo, o mesmo protocolo para um idoso sedentário de 80 anos não duraria nem sequer um minuto, com risco de queda e total incapacidade mecânica de se realizar o esforço!

Pra você ter uma boa adaptação fisiológica ao esforço, o tempo mínimo de execução é de 7 minutos (mas, idealmente 8 minutos ou mais).

Ou seja, o médico deverá escolher um protocolo de acordo com as características do paciente pra que ele fique na fase de esforço por no mínimo 7 minutos.

Esse é o segundo critério de qualidade que usamos aqui no ICCARDIO: tempo mínimo de esforço de 7 minutos e, idealmente, 8 minutos ou mais.

Considerando-se que o paciente vai atingir a exaustão nesse tempo, sabe-se que a frequência cardíaca eleva-se a níveis que se aproximam bastante da frequência cardíaca máxima, calculada pela subtração da idade ao valor 220 [FC max = 220 – idade]. 

Por exemplo, um paciente com 60 anos tem uma frequência cardíaca máxima estimada em 160 bpm. Já um de 45 anos tem sua FCmáx estimada em 175 bpm.

Mas nem todas as pessoas conseguem ter capacidade física suficiente até chegarem à frequência cardíaca máxima, sendo, portanto, utilizado um segundo parâmetro, que é a frequência cardíaca submáxima, que corresponde à 85% da frequência cardíaca máxima.

Nos mesmos casos anteriores, teríamos:

Senhor de 60 anos: FCmax = 160 bpm e FCsubmax = 136 bpm.

Senhor de 45 anos: FCmax = 175 bpm e FCsubmax = 149 bpm.

Atingir valores altos de FC indica que o sistema cardiovascular está em alta adaptação ao esforço, o que é desejado para um Teste Ergométrico de qualidade.

Portanto, o terceiro parâmetro que utilizamos é o valor atingido da Frequência Cardíaca: no mínimo a FC submáxima e, idealmente, a FC máxima.

Existem algumas exceções (vou citar apenas as mais comuns e importantes):

  1. Quando o paciente está em uso de medicamentos que controlam a frequência cardíaca (como beta-bloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio), pode não ser possível atingir nem mesmo a FC submáxima, mesmo em alta carga de esforço, sem que isso indique que o exame foi mal realizado.
  2. Quando aparecem alterações que contra-indicam a continuidade o exame, ou que já sejam definitivas para o objetivo do exame (por exemplo, o paciente apresentou quadro compatível com isquemia no 4º minuto, sem ter exaustão e com frequência cardíaca abaixo da submáxima – mas o diagnóstico já foi feito e continuar o exame seria desnecessário).
  3. Por questões relacionadas à dificuldade de se estimar com certeza plena a capacidade funcional de um paciente apenas com perguntas, o que pode fazer com que o esforço dure menos do que 7 minutos. Nestes casos, aqui no ICCARDIO o exame é refeito com um protocolo mais apropriado.

Então, se você vier fazer exame aqui no ICCARDIO, vou resumir pra você como saber se seu exame de TESTE ERGOMÉTRICO foi bem executado por nós (tem que ter pelo menos dois critérios, salvo as exceções listadas acima):

  1. Você deve fazer o exame até atingir a exaustão.
  2. O tempo de duração do esforço deve ser de, no mínimo, 7 minutos (mas idealmente 8 minutos ou mais).
  3. A Frequência Cardíaca atingida no esforço deve ser pelo menos a submáxima (e, idealmente, a máxima).

Não se esqueça – todo exame é apenas COMPLEMENTAR! Ele ajuda no raciocínio do médico e é apenas uma das peças desse enorme e maravilhoso quebra-cabeças chamado corpo humano, com todos os seus mistérios!

Dr. Ítalo Santos (MD, PhD) – CRM 12288

ICCARDIO – ajudando pessoas que desejam ter uma vida mais longa e mais feliz!

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